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Visita analítica pela 32ª Bienal Internacional de São Paulo - Incerteza Viva – 2016

Texto: Enzo Ferrara

Fotos: Enzo Ferrara

A edição da 32ª Bienal Internacional de São Paulo, inovou e fez uma versão temática com a abordagem do tema principal – Incerteza Viva – refletiu sobre a incerteza da continuidade da vida humana na Terra, pelo impacto que a humanidade e seu estilo de vida, capitalista e consumistaestávivendo e afetando o meio ambiente, alterando estruturas naturais de forma quase irreversível.

A Bienal analisou também a forma como esse impacto vem causando em sociedades de estrutura coletiva, analisa conflitos raciais, a violência e de ocupação de espaços nos grandes centros urbanos.

A Bienal promoveu uma revalorização das culturas coletivas e estilo de vida em comunidades indígenas e estruturas de compartilhamento coletivo.

Imagens: Artista Carolina Caycedo  - Instalação: Agente Xingu, Agente Doce, Agente Paraná.

A Cientista Social e pesquisadora Luisa Elvira Belaunde, registrou em fotografia a vida em comunidade dos Quechua-Lamas da Alta Amazônia Peruana, uma região com vários patamares de clima e vegetação, ela verificou como a cultura passa entre as mulheres através do casamento entre pessoas que moram nas partes mais altas e nas partes mais baixas, como se ajudam mutuamente nos períodos de estiagem e como a comunidade vive com o plantio de mandioca e milho.

Essa comunidade depende das condições climáticas e do ciclo das chuvas para produzir seu sustento, qualquer alteração de clima pode afetar a forma de produção, uma mudança climática repentina poderia alterar a forma como essa sociedade se estruturou para sobreviver, causando fome, doenças e morte.

Ainda existe o combate a políticas públicas que querem implantar represas hidrelétricas na região, mudando o curso dos rios e a reprodução dos peixes.

Por falar em represamento, esse foi o tema de muitas obras de arte, pelo forte impacto que esse tipo de construção tem na região da Amazônia e consequentemente nas várias comunidades da região que dependem do fluxo natural das águas para garantir seu sustento.

Ana Laide Barbosa registrou em fotografias a resistência dos povos do Xingu, diante a Construção da Hidrelétrica Belo Monte em Altamira, no Pará, essa grande construção teve forte impacto no meio ambiente e consequentemente na vida das comunidades ribeirinhas e indígenas da região. Antes todos pescavam no rio, depois da construção os peixes diminuíram, em alguns pontos desapareceram, e isso foi registrado com pesquisa de campo e fotografia.

Outra represa retratada por Carolina Caycedo na obra: Agente Xingu, Agente Doce, Agente Paraná (Imagens ilustram a página). A obra é uma instalação com fotos aéreas com vistas de áreas com represamento para exemplificar o forte impacto que essas construções no local onde se encontram. Uma das imagens é a área do rompimento da Represa de Fundão, no Rio Doce, Minas Gerais, essa rompeu liberando minério de ferro e outros metais pesados, que mataram os peixes do Rio Doce até o oceano atlântico na costa do estado do Espírito Santo.

Imagens: artista Bené Fonteles recebeu o nome de Ágora: OcaTaperaTerreiro de 2016

A Grande instalação de Bené Fonteles recebeu o nome de Ágora: OcaTaperaTerreiro de 2016, uma grande Oca com paredes de Tapera, telhado de palha e montada logo na entrada do prédio da Bienal. Essa grande instalação tinha um formato de oca e em seu interior, no meio foi realizado um círculo com areia rodeado por pequenos bancos, duas colunas pintadas sustentavam o telhado de palha, suas pinturas retratavam elementos da natureza. Um dos lados internos da obra apresentava um conjunto de redes e penduricalhos, típicos das comunidades ribeirinhas que vivem da pesca, do outro lado foi montado vários pequenos altares, com um grande altar central.

Imagens: artista Bené Fonteles recebeu o nome de Ágora: OcaTaperaTerreiro de 2016 - imagem do interior da instalação.

Nos altares a proposta é valorizar as culturas populares, resultado do sincretismo nacional, imagens de santos católicos, representados pela cerâmica popular, se misturavam com imagens de religião Afro-brasileiras e representações da cultura indígena, mesclando ainda fotos com os mais diversos retratados, entre ativistas, celebridades e índios brasileiros, ainda existiam elementos da cultura popular, como instrumentos musicais, máscaras e brinquedos artesanais.

Imagens: artista Bené Fonteles recebeu o nome de Ágora: OcaTaperaTerreiro de 2016 - imagem do interior da instalação.

Essa foi sem dúvida a instalação que mais fez sucesso entre o público que visitou a 32ª Bienal Internacional de São Paulo, muitas pessoas passaram pela instalação, que era muito convidativa por mesclar vários elementos de origens diferentes e populares.

Imagens: artista Bené Fonteles recebeu o nome de Ágora: OcaTaperaTerreiro de 2016 - imagem do interior da instalação.

Foi anexado a uma coluna um texto muito interessante:

“OMAME

Omame também é artista.

Omame é artista do mundo todo.

Omame é o criador de tudo que existe

Ele primeiro criou a Si mesmo, depois inventou as florestas, os céus, as águas, as cores

E com elas pintou a Natureza.

Omame é o Espírito Grande que mora

Em tudo na Natureza.

Com sua lança, Ele quebrou uma pedra dura

e do fundo da rocha apareceram as águas,

os rios, os peixes, as sereias.

Foi Omame quem descobriu a primeira mulher, a sereia Thaweyomaa, filha da cobra grande que mora no mar.

Com a sereia, Ele criou todos os índios e os brancos do mundo. E depois criou todas as coisas boas para o povo da Terra...

Os brancos esqueceram deOmame.

Os brancos criaram seu deus,

o diabo e o pecado.

Os brancos precisam lembrar deOmame.

E porque Omame também é artista,

Porque Ele criou a dança, a música, a pintura. Vocês artistas

Devem ajudar o branco a lembrar de Omame, usando Seu

nome e explicando como ele se manifesta.

Davi Kopenawa (Pajé e líder do povo Yanomami)”

A revalorização de culturas ancestrais contemplou a cultura dos povos indígenas da América Latina, mas também valorizou a contribuição cultural de origem africana, miscigenada e ramificada em solo brasileiro.

Imagens: artista Dalton Paula - conto das obras - Rota do Tabaco (2016)

A materialidade e valorização de objetos utilizados nas religiões de matrizes africanas foram utilizadas como suporte para a pintura do artista Dalton Paula, que vive em Goiânia, e utilizou a cerâmica rústica, tigelas de barro cozido utilizados para oferendas.

Imagens: artista Dalton Paula - conto das obras - Rota do Tabaco (2016) - Detalhe da pintura realizada sobre cerâmica usando cores preto , branco e doutado.

“Na obra de Dalton Paula, objetos são destituídos de suas funções originais para se tornarem suporte da pintura. Primeiro as enciclopédias, antigas detentoras de um conhecimento universalista, tiveram suas capas sobrepostas por representações de sujeitos e saberes comumente omitidos em seu conteúdo, como negros e indígenas. Agora esse procedimento se repete sobre um conjunto de alguidares, pratos cerâmicos que recebem a comida e também as oferendas em rituais de religião afro-brasileiras.

Com a pintura em seu interior esses objetos confrontam os discursos hegemônicos da arte e da política, buscam novos personagens e reencenam passagens de nossa história.

Piracanjuba, em Goiás, Cachoeira, no Recôncavo Baiano, e Havana, em Cuba, são cidades produtoras de tabaco. Essa atividade econômica remonta ao passado colônia e à migração de africanos escravizados nas Américas. Paula viajou aos três pontos dessa Rota do Tabaco (2016) para pesquisar como essa herança se apresenta hoje.

Imagens: artista Dalton Paula - conto das obras - Rota do Tabaco (2016) - Detalhe da pintura realizada sobre cerâmica usando cores preto , branco e doutado.

“Encontrou desde a precariedade dos meios de trabalho nas fábricas de cigarrilhas até o uso dos charutos como ícone da revolução comunista. No vasto imaginário retratado, o fumo é um contexto omitido que revela o contraste entre corpos negros e roupas brancas, entre a invisibilidade da cultura afro-brasileira e os legados de cura – medicinal e espiritual – extraídos do tabaco.” (Texto junto ao conjunto de obras do artista).

Imagens: artista Carla Filipe  - Instalação - Migração, exclusão e resistência (2016).

A artista portuguesa Carla Filipe criou uma instalação a céu aberto num dos anexos do prédio da Bienal, que recebeu o título de Migração, exclusão e resistência (2016). Uma obra que aproveita o espaço para criar um jardim em suportes como latões e pneus.

Imagens: artista Carla Filipe  - Instalação - Migração, exclusão e resistência (2016).

“A obra de Carla Filipe é composta a partir da apropriação de objetos e documentos, ou construída através da relação permeável entre objetos de arte, cultura popular e ativismo. Em sua pesquisa, a artista utiliza-se de materiais e elementos, como bandeiras, cartazes, jornais e artefatos ferroviários, assim como faz intervenções em lugares abandonados ou em desuso.

Em Migração, exclusão e resistência (2016), Filipe partiu de uma pesquisa iniciada em 2006, que propunha a construção de hortas e jardins em ambientes urbanos, instaurando o uso coletivo do espaço privado ou a apropriação de espaços públicos destinados a outros fins.

Ao articular modos distintos de vida, ela questiona a ideia de propriedade e amplia a noção de sobrevivência. Essa obra nos conta sobre vegetais comestíveis pouco conhecidos e sobre plantas que surgem em locais inesperados. Nessa proposta, Filipe cria condições para se pensar sobre forças espontâneas de resistência que funcionam como células autogeridas, e que representam reações aos ditames capitalistas da vida urbana, derivados de iniciativas de caráter hierárquico e privado. (Texto anexo a instalação da artista)”

A obra de Filipe não causa tanto estranhamento e não é vistam por muitos dos visitantes como uma instalação propriamente dita, pois esses espaços já são comuns nos meios urbanos, porém ela traz uma nova forma de olhar e pensar nesses espaços, como uma ocupação para uma utilização nova desses espaços.

Imagens: detalhe da obra de Gilvan Samico artista 

Algumas obras de artistas consagrados foram incorporadas aos espaços expositivos, caso das Gravuras de Gilvan Samico.

A grande maioria das gravuras produzidas por Gilvan Samicoforam produzidas entre 1958, 1961, 1976 e algo mais recente, em 2002. As gravuras retratam o imaginário da cultura popular brasileira, que na época em que foram produzidas, eram vistas como uma prática revolucionária, misturando a já consagrada xilogravura tradicional, mas com um formato mais moderno e acrescentando cores em determinados pontos.

Imagens: detalhe da obra de Gilvan Samico artista 

No geral essas gravuras retratam um universo povoado por sereias, índios em suas tribos circulares, cobras e animais exóticos, anjos, a figura feminina e masculina, valorizando as formas distintas de cada personagem.

Imagens: detalhe da obra de Nomeda e Gediminas Urbonas - Instalação PsychotropicHouse: ZooeticsPavilionofBallardianTechnologies (Pavilhão zootécnico de tecnologia Balardianas – 2015 – 2016)

Origem da imagem: http://nugu.lt.kupranugaris.serveriai.lt/us/wp-content/uploads/2015/09/DSC3703-650x433.jpg

As novas técnicas de produção utilizando a biologia e o cultivo de fungos também teve espaço garantido na Bienal. Foi proposta uma oficina que ensinava a criar um suporte para caixa de alto falantes em caixas de som feitos com fungos, esse suporte iria substituir o isopor, e até outros materiais ao longo do tempo, o objetivo no futuro próximo seria fazer paredes de casa com a técnica que ainda estava passando por um processo de desenvolvimento.

A Instalação PsychotropicHouse: ZooeticsPavilionofBallardianTechnologies (Pavilhão zootécnico de tecnologia Balardianas – 2015 – 2016) de Nomeda e Gediminas Urbonas. Essa instalação era um complexo de várias estufas com prateleiras onde o fungo era desenvolvido para criar essa forma de suporte, muito parecida com um vaso de planta em forma de tigela.

O Primeiro ambiente isolado era onde se concentrava a matéria prima para a criação do fungo, feito com cereais, pão velho, casca de arroz, palha entre outros materiais. Esses eram dispostos nas formas e processados para começar a embolorar, depois eram inseridos as partículas para a criação dos fungos, isso já no segundo ambiente.

No terceiro ambiente os fungos cresciam, e as “raízes” ou bases começavam a assumir o formato dessa forma. No quarto compartimento os fungos eram cortados para serem consumidos, pois foram utilizadas espécies comestíveis, e a base em formato de suporte de caixa de som eram armazenados em prateleiras.

A vantagem dessa técnica era produzir algo que pudesse ser utilizado no lugar do isopor, mas depois de perder sua vida útil, poderia ser jogado na natureza sem causar danos ao meio ambiente, pois será de fácil apodrecimento e adubação da terra.

Imagens: detalhe da obra da obra retratando das duas torres.

Muitas obras questionavam esse caso, a indústria do consumo, criada pela sociedade capitalista não é muito inteligente. Duas torres foram erguidas próximas a passarela. Uma das torres foi feita com materiais industrializados como tijolos, cimento,ferro e telha, ao lado outra torre feita com madeira, palha e barro.

As duas torres apresentavam o mesmo formato e resistência, porém a torre de madeira, palha e barro era bem mais barato de ser construída, e ao ser desmontada esse material, se jogado no meio ambiente, não causaria danos, pois seria logo absorvido pelo solo.

Durante o preparo para a 32ª Bienal Internacional de São Paulo, a equipe de curadoria, estudiosos e alguns artistas promoveram um encontro chamado Dias de Estudo, realizado em Santiago do Chile, em março de 2016, teve conexão com Acra, Gana, Lamas, Peru, Cuiabá e São Paulo, organizado por Jochen Volz e Isabela Rjeille – Fundação Bienal de São Paulo – 2016.

Desse encontro surgiu um livro “Dias de Estudo” reunindo vários textos escritos por Ailton Krenak, Álvaro Tukano, Ana Laide Barbosa, Ben Vickers, Carolina Caycedo, Dineo Seshee Bopape,Élio Alves da Silva, Gabi Ngcobo, Isabela Rjeille, Jacinta Arthur, JocaReinersTerron, JochenVolz, Júlia Rebolças, Lars BangLarsen, Luisa Elvira Belaunde, Macarena Areco Morales, Mauricio de La Puente, Naine Terena, Nancy La Rosa, Pedro Casarino. Peter Webb, Rita Ponce de León, Sofia Olascoaga, Thiago de Paula Souza, TilsaOtta, YannChateigné, YaxkinMelchy Ramos entre outros colaboradores paralelos.

Esse livro reunindo os textos foi publicado por ocasião da 32ª Bienal Internacional de São Paulo – Incerteza Viva, realizada entre 07 de setembro e 11 de dezembro de 2016, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque do Ibirapuera, São Paulo – SP/ Brasil.

Teve a curadoria Jochen Volz, Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars BangLarsen, SofíaOlascoaga.

Editora Independente.

Essa edição da bienal não apresentava um formato de fácil leitura, pois a estética da arte ficou em segundo plano, era uma bienal de ideias mais do que de arte, que buscava avaliar e reavaliar as certezas da sociedade ocidental, firmada nas ciências, mas que essa mesma afirmação encontra oposição e incerteza sobre o futuro pelas sociedades coletivas, que dependem mais do meio ambiente para poder sobreviverem.

Talvez por não ter preparado o público para um formato tão inovador, o estranhamento foi logo transformado em crítica negativa. A Crítica de Arte Sheila Leirner não poupou palavras para descrever a decepção que teve ao visitar o pavilhão, e escrever suas impressões no jornal O Estado de São Paulo.

Leirner analisou friamente algo, que está se tornando muito comum nas atuais exposições de arte contemporânea, as mostras transformam as exposições num grande parque de diversão, deixando a estética, ou a visualidade da arte em segundo ou terceiro plano. É muito comum que as pessoas vão para as exposições e queiram interagir com as obras, e sentam nas instalações, e transformam o chão em pula-pula, e se penduram, descobrindo novas sensações nessa vivência com a arte contemporânea, mas a estética ficou de lado. 

“Pneus com ervas, oca, penduricalhos, chão de pula-pulas, museografia diluída, etc., apesar de seus possíveis significados latentes, são emblemas de uma edição decadente, a qual mesmo os raros e excepcionais artistas presentes não conseguem salvar. Essa Bienal é uma enorme decepção para os que sentiram durante várias décadas o encanto de novas descobertas a cada acontecimento no Ibirapuera. Teria sido mais acertado aguardar mais dois anos ainda, trabalhando melhor e arrecadando mais recursos, do que se expor ao ridículo de tal precariedade.” (LEIRNER Sheila, Bienal, uma decepção, Crítica, Jornal O Estado de São Paulo, Caderno 2, C6, Sábado, 10 de dezembro de 2016).

A Bienal Internacional de São Paulo carrega consigo todo o peso de outras bienais anteriores, o público e crítica especializada criam expectativas a respeito do que será exposto em cada nova edição, e na atualidade, os custos de se produzir um evento tão grande e complexo também é avaliado pela crítica.

A edição de 2016, mesmo de forma quase acidental, tenha evidenciado uma outra crise, que não é econômica, não é ecológica e nem de valores morais, mas sim uma crise criada pelos artistas contemporâneos, a Crise Estética, de Informação e Formação de Público.

Pelo que estou estudando, os artistas contemporâneos vem questionando a arte como um todo desde que começaram os movimentos de vanguarda (Crítica ao Consumo) na década de 1950/60, mesmo tempo do surgimento das instalações, performances e intervenções, que exploram novos sentidos do público e utilizam espaços não convencionais para as produções artísticas, porém a estética foi deixada de lado, sem falar da formação de público, que no nosso país é precária, não se avança muito nas escolas quando o assunto é educar os alunos para a leitura de imagem e interpretação, por muitos fatores que não cabem aqui.

Os artistas contemporâneos se dizem não importar com a estética, que isso não é algo importante, que formar e educar público não é função do artista contemporâneo e sim do Acadêmico, no sentido de quem estuda arte para ensinar arte.

Nesses últimos anos de Bienais realmente houve uma queda gradativa da qualidade do material expositivo, e a "Cereja do Bolo" foi a Bienal Internacional de São Paulo de 2010, que ficou famosa como a “Bienal dos Urubus”. Para chamar a atenção do público parece que vale tudo, até aprisionar urubus vivos numa instalação, gerando protestos dos ativistas pelos direitos dos animais e chamando a atenção da crítica de forma muito negativa, e mesmo assim a estética continuaria sendo deixada de lado.

Qual será o caminho daqui para diante? É algo muito difícil de responder, principalmente porque os curadores da atualidade não costumam dar ouvidos para as críticas negativas, levam para um lado pessoal, e acabam respondendo que a Mostra foi um Sucesso e ponto! quem contrariar é louco.

A formação desse profissionais também deve ser avaliada, será que as faculdades onde se ministram cursos voltados para a formação de profissionais em artes visuais estão fazendo bem o seu papel? Será que está claro qual a função e a importância da arte na atualidade?

Esses são alguns questionamentos levantados após visitar a 32ª Bienal Internacional de São Paulo, que realmente não surpreendeu, por ser justamente uma Bienal de ideias e não de obras de arte propriamente dita. Uma bienal com espaços vazios, vagos, uma bienal com um ponto de interrogação – A incerteza será apenas do Futuro da vida humana na Terra, ou a incerteza será sobre o futuro da arte no contemporâneo? São questões para refletir.

Referências:

LEIRNER Sheila, Bienal, uma decepção, Crítica, Jornal O Estado de São Paulo, Caderno 2, C6, Sábado, 10 de dezembro de 2016

DIAS DE ESTUDO – Reunião de Textos dos autores: Ailton Krenak, Álvaro Tukano, Ana Laide Barbosa, Ben Vickers, Carolina Caycedo, DineoSesheeBopape,Élio Alves da Silva, Gabi Ngcobo, Isabela Rjeille, Jacinta Arthur, JocaReinersTerron, JochenVolz, Júlia Rebolças, Lars BangLarsen, Luisa Elvira Belaunde, Macarena Areco Morales, Mauricio de La Puente, Naine Terena, Nancy La Rosa, Pedro Casarino. Peter Webb, Rita Ponce de León, Sofia Olascoaga, Thiago de Paula Souza, TilsaOtta, YannChateigné, YaxkinMelchy Ramos, - Fundação Bienal de São Paulo – 2016, Editora Independente.

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