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A Arte Naïf na Polônia.

 

Nikifor (1895 a 1968)

 

Na Polônia a produção de arte naïf tem o primeiro passo com a produção de Nikifor, também conhecido como NikiforKrynicki. Nikifor era conhecido por sua etnia Lemko um dos vários povos do leste europeu. Nikifor pintava temas  folclóricos. Trabalhava com o material que tinha disponívela mão pintando e desenhando em folhas de papel, páginas de cadernos, caixas de cigarro, e até mesmo em pedaços de papel colados. Os temas de sua arte incluem auto retratos e panoramas da região de Krynica , com suas termas, as igrejas católica e ortodoxas. Subestimado na maior parte de sua vida, no entanto ele se tornou famoso como um pintor Naïfem seus últimos dias.

Pouco se sabe sobre a vida privada de Nikifor. Vivia sozinho em extrema pobreza em Krynica, e foi considerado um deficiente mental, tinha dificuldade para falar e era quase analfabeto. Nikifor tinha a língua atrofiada, fato pelo qual as pessoas a sua volta o julgavam como mudo, pois ele tinha muita dificuldade para falar e aos poucos as pessoas foram parando de se comunicar com ele. O caso de Nikifor é muito semelhante ao de outro artista Naïf brasileiro, são muitas semelhanças que ligam a vida dele ao de Ranchinho, que iremos falar mais adiante.

Em 1930, suas primeiras pinturas foram descobertas por Roman Turyn, que trouxe parte delas para uma exposição em Paris. Isso fez com que o artista ganhasse fama entre os Kapists, um grupo de jovens pintores formado em torno Józef Pankiewicz. No entanto, isso não mudou seu destino, pois sua arte ainda estava sendo subestimada na Polônia. Em 1938, Jerzy Wolffpublicou fez uma retrospectiva entusiasta da arte de Nikifor em  Arkady, que era mensal e comprou algumas de suas obras. No entanto, a II Grande Guerra impediu Nikifor de ganhar alguma notoriedade.

Em 1947 Nikifor foi deportado durante Operação Vístula. As minorias lemko e ucranianos foram reassentadas à força no norte da Polônia Ocidental. Três vezes ele tentou retornar para Krynica. Ele era realmente insistente, tanto que as autoridades permitiram que ele ficasse na terceira tentativa.

Em 1960 Nikifor conheceu Marian Włosiński, vivendo como pintor em Krynica. Marian decidiu dedicar a sua carreira e vida ajudando o artista idosos e promoveu suas obras nas principais galerias da Polônia. Isto levou a uma grande exposição em Varsóvia com base em Zachęta Galeria de Arte, que se tornou um enorme sucesso. 

Após a morte de Nikifor em 1968, a maior parte de suas obras foram preservados por Włosiński e doadas a vários museus. A mais completa coleção é conservada no acervo permanente do Museu Regional de Nowy Sącz e o Museu Krynica.

Sem sair da Polônia ainda merecem destaque os trabalhos de Chaja Jablonski, que nasceu em 1902.

ANNA Tengli-TRUCHEL - Acrílica sobre tela

ORIGEM: http://crucitagutierrezsegovia.blogspot.com.br/2014_03_01_archive.html

A Arte Naïf polonesa não fica apenas no passado, recentemente, em 2013, fiz amizade pelo Facebook com a artista Polonesa Anna Tengli Truchel, que vive em Varsóvia, capital da Polônia. A artista pinta os prédios antigos da capital e cenas do campo, com um colorido incrível, sua cor é o verde, vibrante em muitas obras, através do trabalho dela e de exposições em que ela participou foi que fiquei sabendo do 5° Festival Internacional de Arte Naïf de Katowice na Polônia, que é a mais recente exposição de arte Naïf contemporânea do Leste Europeu. Encontrei até uma carta convite publicada pelo site de divulgação do evento, feita pelo curador do Festival.

5° Internatina Art Naïf Festiwal Katowice, Poland – 2012

A Arte Naïf na Polônia não parou no tempo, vamos avançar um pouco mais chegando ao século XXI, mas precisamente no ano de 2008, quando aconteceu o I Festival de Arte Naïf, com a participação ainda tímida de muitos artistas, em seguida aconteceu o II Festival de Arte Naïf em 2009, o terceiro aconteceu em 2010, o quarto em 2011 e o quinto e ultimo em 2012. Em cada edição mais artistas do mundo participam do evento que integra a produção de arte Naïf Contemporânea, promovendo o intercambio cultural entre elas.

Eu li uma carta do curador do evento e gostei tanto que vou colocar a tradução de parte da carta aqui, pois ninguém melhor do que ele para falar desse extraordinário evento cultural da arte Naïf contemporânea.

“O que pode ser melhor, do que uma reunião de seus trabalhos, provenientes de mais de 30 países, o que faz em conjunto mais de 1000 quadros apresentados ao público que vem aqui todos os anos e que não podem esperar para descobrir coisas novas. 


O encontro de todos os seus universos não criam um caos, mas dá mais harmonia para todos os que já a perderam e cria uma vibração geral. Muitos visitantes me disseram o mesmo: "Eu estava cansado, mas me sinto muito melhor e mais feliz agora!"

É uma razão, entre milhares de outras, para mostrar seus trabalhos em Katowice. Faça um ato artístico e corajoso. Vir pessoalmente para Katowice e que vai encher você com felicidade indescritível! Isto é, de qualquer forma, o que me disse todos os artistas que estiveram lá. É a sua vez agora. Eu estou esperando por você. É bom para você fazer uma peregrinação, para voltar para a fonte e para se regenerar. Você vai manter a energia para a pintura por todo o resto do ano, têm memórias e idéias em sua cabeça! Esta é a minha oferta para você, participarem juntos! Prepare-se para esta aventura cultural extraordinária.

 

Abaixo você encontrará o programa artístico do Festival de Arte Naïve em Katowice, que reúne o maior número de artistas de todo o mundo. Em 2013, a Argentina será a convidada especial e um grande grupo de artistas de lá vai estar conosco. Temos também o motivo principal: o tango. Eu digo a você sobre isso, porque se você gosta, você pode preparar uma pintura sobre esse assunto. Se coletarmos mais obras com este motivo, podemos preparar uma área de exposição separada para eles.

Sema Culam da Turquia, que ganhou o Prêmio do Público em 2012, irá preparar uma pintura fabulosa para o cartaz. Se estamos falando de escultura, que é a cada ano melhor e mais bem representado, eu e Eugênio Zegadło (o curador de escultura) irá procurar por um museu que pode pedir-nos várias esculturas representando diabinhos de uma forma engraçada.

 
(...)

Com a sua ajuda o 6 º Festival será ainda melhor do que o quinto, o que realmente veio a expectativas. Depende também de você para espalhar a alegria e as cores em todo o mundo! É um sonho, que podemos juntos fazer-se realidade”

 

Jacques Dubois

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