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EDWARD HICKS - REINO DA PAZ 

OS LIMNERS (RETRATISTAS POPULARES DE PRAÇA) NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA DO NORTE (SÉCULO XVIII E XIX)

 

Em muitos materiais de pesquisa que reuni durante o período em que escrevia este livro, poderia citar o texto que recebeu o título A arte “Naïf”, que foi publicado na coleção de História da Arte, volume 9 da Salvat Editora do Brasil em 1978, do pesquisador Max-Pol Fouchet, onde ele conta, de uma maneira mais ampla sobre a história da arte Naïf, na França e Estados Unidos da América do Norte e alguns outros lugares do mundo, em algumas ocasiões vamos nos basear em seu texto como referência de pesquisa, como no caso da pintura Naïf nos E.U.A, a partir da segunda metade do século XVIII e durante os primeiros anos do século XIX.

Em Muitos materiais de pesquisa que reuni durante o período em que escrevia este livro, poderia citar o texto que recebeu o título A arte “Naïf”, que foi publicado na coleção de História da Arte, volume 9 da Salvat Editora do Brasil em 1978, do pesquisador Max-Pol Fouchet, onde ele conta, de uma maneira mais ampla sobre a história da arte Naïf, na França e Estados Unidos da América do Norte e alguns outros lugares do mundo, em algumas ocasiões vamos nos basear em seu texto como referência de pesquisa, como no caso da pintura Naïf nos E.U.A, a partir da segunda metade do século XVIII e durante os primeiros anos do século XIX.

A Pintura Naïf Norte Americana surgiu num período de profundas transformações políticas e culturais. Os Estados Unidos, antes a mais prospera colônia da Inglaterra, começava a caminhar com suas próprias pernas, e naturalmente surgiam artistas que começavam a produzir obras com o ideal da identidade visual e cultural da nova nação, em especial esses novos artistas, muito provavelmente não tinham contato com o que era produzido nos polos das artes plásticas daquele período, ou seja, a Paris da revolução Francesa, dos salões de Belas artes e a Londres da revolução industrial. Os artistas norte americanos tinham que produzir e criar suas técnicas e materiais próprios, e tiveram bons resultados, algumas obras chegaram aos nossos dias e felizmente podemos estudar parte delas. A existência dos artistas Naïfs norte americanos provam de uma vez por todas que a pintura Naïf é muito mais antiga do que até então era aceito pelos pesquisadores e artistas no geral, pois eles produziram e se tornaram famosos entre os seus contemporâneos num período muito anterior a Henri Rousseau e os “ismos” (impressionismo, primitivismo, Cubismo, Surrealismo...) da virada do Século XIX para o século XX.

Os Naïfs norte americanos podem ser considerados os precursores de certas correntes da arte contemporânea nos Estados Unidos, como as criações literárias desse tempo o foram para a grande literatura do século XX, muitos desses artistas eram anônimos, de origem humilde, mas seus trabalhos contribuíram para a criação de uma arte genuinamente representativa, principalmente na região, conhecida na época, como 13 colônias. Correspondente a atual Costa Leste dos EUA, sabemos também que muitos dos artistas anônimos faziam retratos em praças, por preços populares, mas também recebiam encomendas e vendiam obras já produzidas em ateliê e posteriormente levadas para a praça.

Rufus Hathaway - Lady with Her Pets - (1790) Origem: Metropolitan Museum of Art

Muitos artistas desse período são desconhecidos, mas sabemos o nome de alguns que chegaram a assinar suas obras, dentre eles Rufus Hathaway, um hábil retratista, que viveu entre 1770 a 1822. O artista trabalhava paralelamente como médico em Duxburg, no estado da Nova Inglaterra, e era tão primoroso marceneiro, que entregava os quadros com molduras executadas também por suas mãos.

Edward Hicks - The Cornell Farm -  (1848)

 National Gallery of Art

O pintor de carruagens, tabuletas e cartazes da Pensilvânia Edward Hicks, que viveu entre 1780 a 1849, nos deixou um rico legado em suas obras de arte. Artista e também um célebre pregador Quacre, de insólita oratória, autor de famosas memórias que se notabilizaram. Uma das obras mais famosas de sua produção é o quadro “Reino da Paz” (parte superior da página), onde ele mostra uma cena em que convivem amigavelmente crianças e animais ferozes, brancos e índios, foi também um dos preferidos pelo artista pregador, fazendo um elo com várias obras posteriores, tornando sua produção artística um exemplo de arte naïf Norte Americana, de caráter apologético.

William Matthew Prior - retrato de "Issac Josiah Malford and William Malford Hand

ORIGEM:https://www.pinterest.com/pin/398076054541761108/

O Pintor William Matthew Prior, que viveu entre 1806 a 1873, era conhecido como Pintor Ambulante. E percorreu a região da Nova Inglaterra até se instalar em Boston, em 1841, onde conseguiu formar uma clientela, que permitiu sua instalação confortável. Produziu uma obra abundante e inventou processos de pintar, de execução rápida, que lhe permitiam fazer trabalhos quase em série. O seu estilo simples facilitava a tarefa. Os seus retratos de George Washington sobre vidro era sua especialidade e se tornam muito populares na época.

Thomas Chambers - View of West Point

ORIGEM: http://bjws.blogspot.com.br/2013_08_28_archive.html

Thomas Chambers, que viveu entre 1808 a 1866, retratou várias paisagens da Costa Leste da época. O Naïf deste pintor de Marinhas, nascido na Inglaterra e emigrado para os Estados Unidos em 1832, o levou a matizar as tintas como se procurasse ampliar na tela uma estampa de berrante colorido, é o que vemos em duas obras das mais famosas da produção do artista, o Por do Sol no Vale do Rio Hudson, 1850 e O Porto de Boston, são dois exemplos de sua magnífica produção, onde podemos ver a tradicional igreja branca de uma torre no meio de uma vila com casinhas e chaminés, por onde sai a fumaça branca. Nos portos, vemos os barcos de velas brancas e a primeira bandeira dos Estados Unidos, com 13 estrelas.

Para quem quiser conferir uma obra de artista Naïf Norte Americano desse período não precisa ir até os Estados Unidos, o Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil no Rio de Janeiro guarda em seu acervo a obra Retrato de Homem, feita por um artista Anônimo dos Estados Unidos, provavelmente no final do século XVIII, onde vemos um homem ainda com as características da época, ou seja, com casaco preto, segurando uma luva vermelha e usando peruca e maquiagem facial, moda ainda usada na corte Francesa no século XVIII.

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