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ENZO FERRARA - SAMBA DA VELA II (A CHEGADA DO REI MOMO) - 2015

ACERVO PARTICULAR A.N.

Introdução

 

O livro Olhos Naïfs é um resultado de uma ampla pesquisa realizada durante quatro anos e logo de início me deparei com a falta de livros nacionais que abordassem o tema. Isso fez com que fosse mudada a forma de pesquisa, seria necessário colher informações diretamente com os artistas e junto aos museus e instituições que trabalham com a arte Naïf. O principal objetivo do livro é atingir o público leigo no assunto e para que isso fosse possível utilizei uma linguagem menos rebuscada em termos técnicos, de modo que todos compreendam mais profundamente o tema abordado, tornando a obra acessível para todos os públicos, leigos e especialistas, podendo até ser utiliza como material didático.

O livro foi dividido em duas partes principais: A primeira parte aborda as origens da arte Naïf ao decorrer da história da humanidade, tendo como foco principal a produção internacional. O objetivo dessa primeira parte é mostrar que a arte Naïf sempre existiu desde que a humanidade começou a pintar, e dá uma data oficial para a aceitação da arte Naïf como manifestação cultural de valor relevante, já no final do século XIX. É possível também ter um contato direto com os artistas Naïfs de diferentes lugares e descobrir lugares, onde não se acreditava que a arte Naïf fosse produzida, como: praticamente todos os países da Europa, Haiti e lugares onde não se acreditava que ela fosse produzida, como E.U.A. Canadá, África, China, Índia, Oriente Médio, Israel, China e Japão. Tal fato se contrapõe a ideia de que a produção de arte Naïf está vinculada apenas aos países com subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Nessa obra o leitor verá que condição social pouco tem a ver com a produção de arte Naïf, e sim que o principal objetivo da arte é expressar a condição de espírito do ser humano a sua volta. A segunda parte aborda a produção de arte Naïf em solo nacional, vinculada ao panorama histórico e social do Brasil. A produção de arte Naïf brasileira está intimamente ligada com a formação da identidade cultural e visual de um povo extremamente miscigenado. Aqui ela agregou as cores e formas da alma brasileira; com nossas festas populares, nossas cidades, nossos campos, nossos sonhos e desafios sociais, políticos e culturais. Nas duas partes do livro o leitor entra em contato com a produção de arte Naïf contemporânea, estreitando maior contato com as principais ações ligadas ao universo da arte Naïf internacional e nacional, mostrando que ainda hoje a produção dessa arte fascinante é produzida por muitos artistas ao redor do mundo, no entanto como ao longo do tempo as bienais internacionais foram desconsiderando a arte Naïf como arte contemporânea houve a necessidade de se criar instituições e ações voltadas para a formação de acervo, pesquisa e divulgação especificamente da arte Naïf.

A principal característica desse projeto de pesquisa, e o que torna esse livro ainda mais especial foi a inclusão de depoimentos dos artistas, mostrando quais são seus sonhos, desafios, o que está dando resultado e o que ainda tem que melhorar para deixar a produção de arte Naïf nacional com mais visibilidade. O resultado final é uma obra que toca em questões profundas da produção artística a nível global, dando a oportunidade de que o leitor tenha uma nova forma de interpretar a arte Naïf e o artista Naïf no contexto contemporâneo, mostrando que essa arte é muito maior do que se tinha a ideia até então concebida.

 

Enzo Ferrara

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