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A ARTE NAÏF PELO MUNDO GIRO 360º SÉC XX

O ocidente não teve ainda muita oportunidade de ter acesso com a produção artística ocorrida na Rússia do período da Guerra Fria e da Antiga União Soviética, para muitos é como se não tivesse existido produção de arte, no entanto é com a produção dos artistas Naïfs, que podemos ver o que foi produzido durante esse período, chegando até mesmo ao período de arte Naïf contemporânea. Durante o período da antiga União Soviética, como já foi falado anteriormente, muito artistas Naïfs continuaram a pintar em privado, dentro de um círculo familiar, envolvendo apenas os amigos íntimos e membros da família e confiando nos vizinhos que continuavam a considerar os produtores como artistas. Por outro lado, alguns se juntaram aos numerosos ateliês, deixando a intimidade do lar, porém não eram aceitos como iguais pelos artistas profissionais. A Revista popular russa Ogonyok, periodicamente incluía obras de arte das “Pessoas Vulgares”, ou artistas populares, Naïfs.

O trabalho de Elena A. Valkova é um dos meus preferidos. Alguns livros informam que ela havia nascido na Rússia, onde vive atualmente, mas na verdade ela tem origem ucraniana. Ela nasceu em 1915 na cidade ucraniana de Tchougouïev (Chuguyev), em uma família modesta, seu pai era um salva-vidas, sua mãe camponesa.

Em 1934 começou a trabalhar como assistente de um projetista de cinema móvel. Durante a guerra,trabalhou num hospital. Perdeu o marido no conflito. Começou a pintar com 45 anos em 1960 de forma autodidata. Sua obra é rapidamente reconhecida por VasylDimitrievitchYermylov, fundador do ucraniano avant-garde, que compra muitos dos seus quadros. Em seguida, sua obra é reconhecida por Mikhail VladimirovichAlpatov famoso crítico de arte de Moscou.

Em 1987, foram apresentados aos leitores as pinturas de Elena A. Valkova, também conhecida como Yelena Valkova. A artista se concentrou na pintura de árvores das margens do rio, com folhagens de um verde brilhante, embora também tivesse pintado pessoas, animais e naturezas mortas com semelhante intensidade de cores e vida. Elementos disponíveis do quotidiano se misturam na arte de Elena Valkova, que resultam em trabalhos que tem muito da personalidade e da vida da artista. Algo muito comum na produção de muitos artistas Naïfs ao redor do mundo. Observamos na obra dela um mundo geralmente feliz, rico em detalhes com uma serenidade de espírito, algumas das obras da artista vem de memórias de infância, com seus coloridos mercados de aldeia, ou como falamos no Brasil, feiras populares.

Em 2000, Sergei Tarabarov, da Galeria de Arte Naïf Dar, promoveu uma exposição individual da artista no Centre National d'Art Contemporain, em Moscou. Na ocasião Elena Volkova foi considerada uma das artistas mais interessantes da arte Naïf na Rússia.Uma das obras mais famosas da artista é o nu feminino que recebe o título de Uma donzela da Sibéria (que está logo acima), onde vemos uma mulher de formas arredondadas deitada sobre um tecido azul, num jardim com frutas ao lado, onde a mulher retratada segura um cacho de uvas verdes. Outra obra bem popular pintada pela artista é a Festa Popular junto ao rio Irtich, onde podemos ver um grupo de pessoas sentadas e, no entorno vemos cômodas e bebidas, pessoas chegam para dividir a comida, outras andam na mata com um pequeno cão, temos a participação de um músico tocando violino e de um pescador apanhando um peixe na beira do rio ao lado de um pato branco que nada em paz no rio, por onde também flutua um pequeno barco de pesca com um homem e uma mulher nadando ao lado. O mais especial da obra é o retrato da própria artista sentada ao lado de uma tela em branco sobre um cavalete e com a palheta na mão, ela vai começar a pintar o mundo em que vê e faz parte.

Sem sair da Europa outros nomes merecem ser incluídos no livro (site), pela força expressiva de seus trabalhos e pela atuação que tiveram na formação da identidade cultural e visual de seus países de origem. No leste europeu se destacam os trabalhos de Kasimir Malevtch, Mikhail Larionov, Niko Pirosmani, Maria Palatini, Alexandrina Lupascu, Paula Jacob, Ana Kiss, Anuta Tite, Gheorghe Mitrachita, Gheorghe Sturza, Gheorghe Dumitrescu, Toade Turda, Policarp Vacarciur, Viorel Cristea, Mihail Dascalu, Ion Nita Nicodin, Elisabera Stefanita, Calistrat Rou, Ion Gheorghe Grigorescu, Milan Rasic, Mircea Corpodean, Gheorghe Colet, Ion Maric, Orneore Metelli, Catinca Popescu, Valeria Zahiu, Camelia Ciobanu, Onisim Babici, Constantin Stanica, Pavel Biro, Branko Bahunek, Cycad B. , Gheorghe Cibanu e Emil Pavelescu.

No atual Estado da Geórgia o nome de destaque e que foi muito utilizado na pesquisa desse livro, é de Niko Pirosmani (NikoPirosmanashvili). Ele nasceu em 5 de maio de 1862, na aldeia de Mirzaaniprovíncia de Kakheti na Geórgia , sua família era de camponeses produtores de vinho e proprietários de uma vinícula. Logo ficaria órfão, ficando sob os cuidados de suas duas irmãs mais velhas. . Em 1870 ele se mudou para Tbilisi, capital da Geórgia, e em 1872 passou a trabalhar como empregado domético para uma família  da elite da cidade. Aprendeu a escrever em Russo e georgiano. Em 1876 ele retornou a Mirzaani onde conseguiu trabalho como Pastor.

 

No início do século XX Niko morava num pequeno apartamento, não muito longe da estação ferroviária de Tbilisi. Suas pinturas incluiram vastas cenas locais e retratos imaginários de figuras históricas georgianas, como aquelas de Shota Rustaveli e a Rainha Tamar , além de retratar georgianos comuns em seus trabalhos diários. 

 Em Construção

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